No início da década de 70,
Stanley Milgram desenvolve uma experiência no âmbito da influência social: a
submissão à autoridade e assim um teste á obediência.
Quando, após a experiência, os
indivíduos obedientes foram entrevistados, afirmaram que não tiveram escolha, obedeciam
a ordens, que a responsabilidade era do experimentador: o sentimento de ser
agente de outra pessoa justificava o seu comportamento. Estas respostas
assemelhavam-se a muitas dadas por guardas e oficiais nazi responsáveis pelo
extermínio de milhões de judeus. Justificações semelhantes foram dadas pelos
soldados americanos depois de terem massacrado camponeses vietnamitas de My
Lai.
A obediência acontece quando as
pessoas não se sentem responsáveis pelas ações que levam a cabo, sob ordens de
uma figura de autoridade; consideram que esta se responsabiliza pelas consequências
dos seus atos. As pessoas são influenciadas a comportarem-se de determinado
modo através da aceitação de ordens que sentem a obrigação de cumprir. Se
pensarmos bem, toda a nossa vida social está baseada na obediência a ordens.
A experiencia de Miigram levou os
investigadores a averiguarem quais as condições que favorecem o comportamento
obediente. Daí identificam-se alguns factores:
- A proximidade com a figura de
autoridade: Quanto mais próxima estiver a autoridade, maior é a obediência: as
pessoas sentem-se mais intimidadas e obedecem mais. Na experiência referida, se
as instruções do investigador eram dadas pelo telefone, a obediência baixava
para 20,5%
-A legitimidade da figura da
autoridade: Quanto mais reconhecida for a autoridade, maior é a obediência. Se
o estatuto de quem dá as ordens for reconhecidamente mais elevado, maior é o
nível de obediência.
-A proximidade com a vítima: na
experiência, quando não havia qualquer contacto com a vítima, 100% dos
participantes atingiam a voltagem mais elevada. Se tivessem contacto visual com
a vítima durante a experiencia os valores baixavam para 40% e baixavam para 30%
se o participante tocava na vítima ao colocar-lhe os dispositivos.
-A pressão do grupo: se dois
elementos do grupo se recusam a participar apenas 10% chegam á voltagem máxima.
Assim, na minha opinião, não devemos deixar que a pressão do grupo bem como outros fatores externos nos influenciem, de modo a perdermos a opinião crítica ou mesmo valores morais.
Fernando Freire nº8
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