Entrevista a Wundt
Quem foi Wundt? Qual foi o seu contributo para a evolução da psicologia? A sua teoria é universalmente aceite? Porquê? Estas são algumas das perguntas que serão respondidas ao longo desta hipotética entrevista, realizada no Instituto de Psicologia Experimental, em Leipzing, no ano de 1914, 6 anos antes da sua morte.
Wundt (W): Não há muito que se possa dizer. Não tive uma
educação propriamente fácil, cheguei a ser ridicularizado pelos meus
professores e colegas. Distraía-me muito nas aulas… Mas apesar de tudo, entrei
para a universidade quando tinha 19 anos. Formei-me em medicina, mas à medida
que o curso ia progredindo, percebi que o meu interesse não era propriamente a
medicina, e por isso especializei-me em fisiologia. Tornei-me professor na
universidade o que levou a minha orientação para a psicologia.
E: Disse que se orientou para a psicologia. O que o levou à
criação de uma teoria filosófica?
W: Eu queria separar a psicologia da filosofia, queria
tornar a psicologia uma nova área da ciência objectiva e experimental.
E: E como procedeu para tal?
W: Defini um objecto de estudo e um método de investigação.
O objecto de estudo é a consciência e os processos mentais, e para se conhecer
a consciência deve-se analisar os seus elementos mais simples, as sensações.
Para isso, recorri ao método introspectivo.

E: Então, como fundador da psicologia enquanto ciência
objectiva e experimental, pode considera-se como sendo o seu fundador…
W: Sim, de certa forma sim!
A psicologia sofreu evolução
desde que Wundt a fundou como ciência autónoma, e actualmente, alguns
consideram que é uma teoria limitada, muito subjectiva e muito pouco credível.
Porquê? Porque durante a auto-análise, os sujeitos poderiam ter diferentes
opiniões, daí ser subjectiva, e nem sempre poderiam descrever o que realmente
sentiam e pensavam, tornando-a muito pouco credível. É também limitada porque
só dava a conhecer os elementos básicos que constituem a consciência. Os
processos mentais mais complexos, como a memória e a aprendizagem, não podiam
ser estudados experimentalmente, tendo de se recorrer a metodologias
qualitativas.
Apesar de tudo, ninguém pode
negar que Wundt é o fundador da psicologia experimental, e a primeira pessoa a
denominar-se psicólogo.
Joana Dias
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