quarta-feira, 4 de junho de 2014

Atração e Agressão

As relações que se estabelecem entre os membros de um grupo estão marcadas pela afetividade, estabelecendo entre si diferentes tipos de interação. As relações podem ser marcadas pela atração e pela agressão, entre outras.

A atração é avaliação cognitiva e afetiva que fazemos dos outros e que nos leva a procurar a sua companhia.

Por que razão é que nos sentimos mais atraídos por determinadas pessoas?

Vários fatores influenciam a atração como:

1. Proximidade geográfica: são as pessoas mais próximas aquelas por quem poderemos sentirmo-nos mais atraídas (como colegas da mesma faculdade ou pessoas que more na mesma zona ou trabalhe no mesmo local).

2. Familiaridade: a atração aumenta se estivermos frequentemente com uma pessoa. São pessoas que nos são mais acessíveis e, por isso, mais suscetíveis de nos atraírem mais.

3. Atração física: as pessoas fisicamente mais bonitas são mais populares e causam melhores impressões iniciais. Deste modo associa-se beleza a atração.




4. Semelhanças interpessoais: sentimentos, comportamentos, atitudes, opiniões e valores semelhantes. As pessoas com afinidades aproximam-se.



5. Qualidades positivas: gostamos mais das pessoas com caraterísticas que nós consideramos agradáveis.

6. Complementaridade: há quem defenda que, no desenvolvimento de uma relação, as pessoas são atraídas por caraterísticas que elas não possuem, complementando-se assim. (“os opostos atraem-se”).

7. Reciprocidade: simpatizamos mais com as pessoas que simpatizam connosco. As apreciações dos outros têm um efeito muito forte na atração.



Em contraste, a agressão é um comportamento que visa causar danos físicos ou psicológicos com a intenção de destruir. A cultura, o álcool, a familiaridade com que se exibem armas, os filmes e séries em que a agressividade é o centro da ação, as provocações e a frustração são fatores que induzem à agressão.


 Mas qual é a origem deste comportamento? Será que agressividade é inata? Ou é produto da aprendizagem?
Para responder a estas perguntas Freud, Lorenz, Dollard e Bandura desenvolveram várias conceções.
Segundo Freud, fundador da psicanálise, a agressão teria origem numa pulsão inata, a pulsão da morte (thánatos). Os comportamentos agressivos seriam explicados por uma disposição instintiva e primitiva (e inconsciente) do ser humano em que a função da socialização é reprimir esta mesma pulsão.
Para Lorenz, a agressividade humana estava programada geneticamente, sendo desencadeada em determinadas situações. O ser humano não teria os mecanismos reguladores da agressividade assim como os animais, o que explicaria as guerras. (A agressão estaria programada geneticamente sendo desencadeada em determinadas situações).
Segundo Dollard, a agressão seria provocada pela frustração. Quando o sujeito não conseguia atingir os objetivos pretendidos, recorria à agressão. Contudo, esta teoria foi muito criticada pois nem sempre as pessoas reagem à frustração através de comportamentos agressivos, nem todas as agressões são efeito de frustração.
Para Bandura, o comportamento agressivo era aprendido por observação e imitação de modelos. A criança, no seu processo de socialização, imitaria o comportamento dos pais, dos professores e dos seus pares, incluindo os comportamentos agressivos.
Bandura desenvolveu observações experimentais em crianças dos 3 aos 6 anos que incidiam sobre a imitação.




Na experiência um grupo de crianças observava um filme em que adultos a gritavam e agrediam de várias formas um boneco insuflável, enquanto outro grupo (grupo de controlo) não era submetido à visualização de qualquer filme.
Deste modo, verificou que as crianças que tinham assistido ao filme apresentavam o dobro das respostas agressivas comparativamente ao grupo de controlo, e que inventavam novas formas de agressão que não tinham sido observadas, levando a concluir que os comportamentos agressivos se aprendem por observação e imitação, no contexto de socialização.



                                                                                                                        
                                                                                                                              Séfora Costa nº22

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