António Damásio
António Damásio nasceu em Lisboa, em 1944. Licenciou-se e
fez o doutoramento em neurologia, na universidade de Lisboa, tendo começado a
desenvolver as suas pesquisas no centro de estudos Egas Moniz, no laboratório
de investigação da linguagem. Vai para os EUA como investigador do centro de
afasias de Boston. Integra a universidade de Iowa dirigindo o departamento de
neurologia do comportamento e neurociência cognitiva e o centro de investigação
da doença de Alzheimer desta universidade.
E o estudo do comportamento de muitos dos seus doentes com
lesões cerebrais, que o leva a colocar um conjunto de hipóteses inovadoras
relativamente ao funcionamento do cérebro.

A Mente
Damásio contesta as concepções
que, durante séculos, defenderam uma mente apenas orientada pela razão,
independentes do corpo, das emoções e dos afectos. Damásio rejeita o dualismo
corpo-mente, afirmando que a mente é uma produção do cérebro.
Para Damásio, assim como os
nossos sentidos nos dão a conhecer o mundo exterior através de processos de
activação nervosa, as emoções são padrões de atiçação nervosa que correspondem
a estados no nosso mundo interior.
Se vermos aproximar-se um
cão com ar feroz, esta imagem vai activar o sistema nervoso simpático: o ritmo
cardíaco fica acelerado, a respiração mais rápida, a tensão muscular aumenta,
etc. Estas modificações corporais correspondem a uma emoção a que chamamos
medo. O nosso cérebro regista esta informação, que pode vir a ser utilizada
mais tarde. As emoções são, portanto, representações cognitivas de espaços
corporais.
Este é um dos mecanismos
que leva Damásio a encarar o organismo como uma totalidade em constante
interacção com os meio exterior e interior: o corpo, o cérebro e a mente agem
em conjunto, porque são uma realidade única.
Metodologia de investigação
O estudo do caso de Phineas
Gage, 120 anos depois da sua morte, a partir das descrições do seu médico Harlow,
constitui uma abordagem inovadora, na medida em combina os testemunhos do
passado com as mais modernas tecnologias. É a relação entre o reconhecimento das
lesões e o efeito no comportamento que leva a equipa de Damásio a investigar situações
semelhantes nos seus doentes. Estudam, sobretudo, os danos neurológicos nos
sistemas emocionais comparando o funcionamento dos cérebros saudáveis com os cérebros
lesionados. É a partir do estudo aprofundado destes casos e baseado em
experiências laboratoriais que Damásio elabora a sua teoria.
João Pereira nº17 12ºa
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