quinta-feira, 5 de junho de 2014



António Damásio
António Damásio nasceu em Lisboa, em 1944. Licenciou-se e fez o doutoramento em neurologia, na universidade de Lisboa, tendo começado a desenvolver as suas pesquisas no centro de estudos Egas Moniz, no laboratório de investigação da linguagem. Vai para os EUA como investigador do centro de afasias de Boston. Integra a universidade de Iowa dirigindo o departamento de neurologia do comportamento e neurociência cognitiva e o centro de investigação da doença de Alzheimer desta universidade.
E o estudo do comportamento de muitos dos seus doentes com lesões cerebrais, que o leva a colocar um conjunto de hipóteses inovadoras relativamente ao funcionamento do cérebro.
Para além de numerosos contributos em revistas científicas da especialidade, há três obras em que Damásio expõe as suas concepções fundamentais: O Erro de Descartes, O Sentimento de Si, Ao Encontro de Espinosa. No primeiro livro, o subtítulo indica as questões que aborda: Emoção, Razão e cérebro humano. É nesta obra que o autor desenvolve o fundamental da sua teoria: a importância da emoção no pensamento racional, na tomada de decisões. No segundo livro, usou os sentimentos para explicar a base de si: as emoções desempenham um papel central no sentimento de si, e por isso, na construção de identidade. A consciência é uma função biológica que permite conhecer as emoções: sentir a dor e o prazer, a alegria e a tristeza e também a vergonha o nojo e o orgulho.
No seu livro Ao Encontro de Espinosa, os sentimentos são o centro da sua reflexão, desvendando a biologia dos nossos mecanismos de sobrevivência. Parte do pensamento do filósofo Espinosa, para quem os afectos, os sentimentos e as emoções eram elementos fundamentais para a sobrevivência da humanidade, e fundamenta esse princípio com os dados das neurociências.


A Mente
Damásio contesta as concepções que, durante séculos, defenderam uma mente apenas orientada pela razão, independentes do corpo, das emoções e dos afectos. Damásio rejeita o dualismo corpo-mente, afirmando que a mente é uma produção do cérebro.
Para Damásio, assim como os nossos sentidos nos dão a conhecer o mundo exterior através de processos de activação nervosa, as emoções são padrões de atiçação nervosa que correspondem a estados no nosso mundo interior.
Se vermos aproximar-se um cão com ar feroz, esta imagem vai activar o sistema nervoso simpático: o ritmo cardíaco fica acelerado, a respiração mais rápida, a tensão muscular aumenta, etc. Estas modificações corporais correspondem a uma emoção a que chamamos medo. O nosso cérebro regista esta informação, que pode vir a ser utilizada mais tarde. As emoções são, portanto, representações cognitivas de espaços corporais.
Este é um dos mecanismos que leva Damásio a encarar o organismo como uma totalidade em constante interacção com os meio exterior e interior: o corpo, o cérebro e a mente agem em conjunto, porque são uma realidade única.
Damásio vai desenvolver o conceito de um mecanismo que vai ter grande influência nas suas concepções e que constitui uma das contribuições mais inovadoras: o conceito de marcador somático. Quando foi dado o exemplo do cão, o estado corporal de medo que provocou como resposta ficou registado, marcado. É criada, assim, uma representação cognitiva que inclui duas informações: a informação que resulta da percepção externa (o cão com ar feroz) e a informação emocional interna (o medo face ao cão). Isto e, ficam associadas na nossa memoria as duas informações que serão utilizadas numa situação semelhante.

Metodologia de investigação
O estudo do caso de Phineas Gage, 120 anos depois da sua morte, a partir das descrições do seu médico Harlow, constitui uma abordagem inovadora, na medida em combina os testemunhos do passado com as mais modernas tecnologias. É a relação entre o reconhecimento das lesões e o efeito no comportamento que leva a equipa de Damásio a investigar situações semelhantes nos seus doentes. Estudam, sobretudo, os danos neurológicos nos sistemas emocionais comparando o funcionamento dos cérebros saudáveis com os cérebros lesionados. É a partir do estudo aprofundado destes casos e baseado                                                                                   em experiências laboratoriais que Damásio elabora a sua teoria. 

João Pereira nº17 12ºa

Sem comentários:

Enviar um comentário