quarta-feira, 2 de abril de 2014

A importância do relativismo cultural na universalidade/diversidade da cultura

O ser humano tem vindo a evoluir sempre inserido em grupos, até porque homens e mulheres são seres sociais. Como diz Aristóteles “o homem que não vive em sociedade ou é Deus ou é besta”. Esta vida em grupo acarreta regras e valores que nos afastam do estado selvagem, aumentando as nossas capacidades, aperfeiçoando as nossas habilidades, tornando-nos únicos. Viver em grupo é um viver cultural, senão vejamos: a Cultura é um conjunto complexo e articulado de normas, crenças e valores que condicionam o horizonte espiritual dos seres humanos, bem como as realizações técnicas do grupo, conferindo a cada sociedade o seu aspeto original. É através da vida em sociedade que nos exprimimos e ao fazê-lo produzimos cultura. E isto é universal. Quando falamos de universalidade, pensamos em características comuns entre culturas. Todos produzimos cultura, a cultura é um fenómeno universal. Cada sociedade possui agentes de socialização que inserem os indivíduos num determinado meio: a família, o grupo de pares, a escola. Sem pensar somos “educados culturalmente” numa determinada sociedade. Somos produtos e produtores de cultura.
Intrinsecamente ligado às questões culturais surge também o conceito de diversidade culturas, no entanto, também existe a diversidade cultural. Cada sociedade possui os seus padrões culturais que condicionam comportamentos e atitudes do dia-a-dia. Num texto de Anthony Giddens, o autor apresenta exemplos para explicar a importância da diversidade cultural. Por exemplo, na nossa cultura não comemos gatos ou cães , mas em algumas partes do mundo eles são considerados iguarias gastronómicas. Outro exemplo referido, e que me chocou bastante,  leva-nos a refletir sobre a matança deliberada de recém-nascidos e bebés que na nossa cultura é vista como uma coisa horrivel! Na cultura tradicional chinesa, matar um bebé do sexo feminino era frequente, uma vez que “eram vistas como um encargo para a família e não como um património”. A diversidade cultural alerta-nos para o cuidado que devemos ter no julgamento de determinados comportamentos culturais, pois não tendo conhecimento de valores e comportamentos aí praticados seremos com certeza injustos no julgamento.
Onde estará o meio-termo da universalidade/ diversidade cultural? Através do conceito da relatividade cultural conseguimos encontrar o fio condutor. O relativismo cultural parte do pressuposto que cada cultura se expressa de forma distinta e que o comportamento individual deve ser sempre analisado à luz de um contexto numa determinada cultura. Esta posição face à cultura foi estudado por Franz Boas, nas primeiras décadas do século XX, apesar de não ter sido ele a criar a expressão relativismo cultural.

Caminhamos, neste momento, para uma fase cultural de mistura entre culturas devido à globalização, isto faz-nos crer que o relativismo cultural pode alargar o conceito. Será mesmo assim ou continuaremos a preservar a nossa cultura e a educar as gerações futuras com valores muito nossos?!


Alexandra Gomes nº2

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