sexta-feira, 30 de maio de 2014

Funçoes da mente



Um bombeiro que consegue pressentir o perigo iminente; um atleta que aprende a realizar vários movimentos complicados através do trabalho mental; um homem que tem a capacidade de memorizar mais de 500 cartas de baralho. O que será que estas pessoas têm de tão especial? Será um dom? Talvez poderes ocultos? Nada disso. A resposta encontra-se na parte mais extraordinária de todos eles e, por extensão, de todos nós: o nosso cérebro, a “máquina” do ser humano. É a partir desta “máquina” que desenvolvemos todas as nossas atividades, e é ela que permite o atividade dos nossos processos cognitivos, emocionais e conativos.


Um dos processos cognitivos é a memória. A memória consiste na retenção e na evocação das informações, dos nossos conhecimentos, de acontecimentos ou experiencias individuais, e é este património que assegura a nossa identidade pessoal. A informação é recebida pelos órgãos dos sentidos, retida em décimas de segundo e de seguida é processada (através dos 3 processos de memória- codificação, armazenamento e recuperação) e, de seguida, tratada.

Não retemos todas as informações que recebemos durante o mesmo tempo. Sendo assim, a memória é classificada quanto à sua duração: a memória a curto prazo (que inclui a memória imediata e a memória de trabalho) e a memória a longo prazo (inclui a memória declarativa e memória não declarativa).

À nossa incapacidade de recordar, de recuperar dados, informações ou experiências, designamos por esquecimento. Existe a tendência para considerar o esquecimento um lado negativo do ser humano, mas não. É porque esquecemos que continuamos a reter informações adquiridas e experiências vividas, o esquecimento é, portanto, essencial, é uma própria condição da memória. O esquecimento tem, assim, uma função seletiva e adaptativa: afasta a informação desnecessária.


Outro dos processos cognitivos fundamental no nosso processo de adaptação ao meio, e também um processo cognitivo que nos torna humanos, é a aprendizagem. Os comportamentos aprendidos são adquiridos no processo de socialização, por exemplo, a forma como andamos, a nossa linguagem, como arrumamos as nossas coisas, etc. Ou, por exemplo, as aprendizagens simbólicas, como cumprimentar alguém, ler ou escrever, porque envolvem a maneira como interpretamos a realidade e como regulamos o nosso comportamento. Já as aprendizagens não-simbólicas são comportamentos que estão diretamente relacionados com os estímulos do meio e que são previsíveis a partir da presença do estímulo.

Existem 4 processos de aprendizagem: aprendizagem não associativa (o individuo aprende as características de um só estímulo o que pode ser, por um lado, por habituação e, por outro lado, por Sensitização); a aprendizagem associativa (uma aprendizagem mais complexa, pois para se aprender é necessário associar estímulos e respostas ou associar diversos estímulos. 
Pode ser por condicionamento clássico ou por condicionamento operante); a aprendizagem por observação e imitação (estudada pelo investigador Albert Bandura, que constatou que a experiência dos outros pode conduzir à aquisição de novos comportamentos, que são assim adquiridos a partir da observação e imitação de um modelo); e a aprendizagem com recurso a símbolos e representações (existem esquemas cognitivos prévios que não permitem enquadrar as novas aquisições).             João Braga,nº18                          

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