sábado, 31 de maio de 2014

A DIMENSÃO SOCIOCULTURAL DA MENTE




Desde que o ser humano existe, há duas componentes que se interpenetram para a sua realização, a dimensão biológica e a dimensão  sociocultural. são estas duas dimensões que fazem o ser humano existir. 

Ao longo de todos os tempos, na história da  psicologia, houve investigadores que deram mais ênfase a parte biológica do que há parte social, ou vice versa. No entanto, actualmente resiste-se a qualquer atitude redutora que relegue a mente para qualquer um dos campos.


Natureza biológica da mente

Devido as descobertas feitas no fim do sec XX, começou um certo interesse por parte dos cientistas pela relação corpo-mente centradamente no cérebro com o objectivo de estudar a forma como diferentes áreas cerebrais se relacionam com diferentes tipos de informação e de que modo as alterações mentais se processam.
 O cérebro é encarado como o núcleo processador da mente, uma peça essencial do hardware e, como tal, a sua arquitectura e funcionamento teriam de ser estudados.  
Como Edgar Morin (principais pensadores contemporâneos e um dos principais teóricos da complexidade) nos diz:

“ Não há, portanto, traços humanos que não tenham uma fonte biológica” 


Natureza sociocultural da mente

Como sabemos, o cérebro sofre alterações, quer ao nível da sua estrutura física, quer ao nível do seu funcionamento, estas mudanças são provocadas pela vivência social e pela cultura, um bom exemplo é a criança selvagem, esta toma atitudes diferentes as de um ser humano normal para além de não ter as mesmas capacidades, como o falar por exemplo. Todo o corpo sofre modificações resultantes da interacção com o meio. 
Dos comportamentos mais simples aos mais complexos está presente a marca da vida em sociedade.



Natureza biossociocultural da mente


A complexidade humana só pode ser compreendida se tivermos em conta as dimensões biológica e sociocultural, cintando mais uma vez Edgar Morin, “todo o acto humano, é ao mesmo tempo, totalmente biológico e totalmente cultural”.
 O modo como nos comportamos, aquilo que somos e como somos, é resultado das características biológicas, da influência dos contextos e das situações. 
Para se compreenderem as características da situação e do contexto, é importante ter em conta a cultura e os modos de interacção social e também a história de vida de cada um.
 Por isso, é impossível compreender como somos, como pensamos, como agimos, sem referência ao mundo em que vivemos.

A alimentação, é um dos exemplos em que a influencia cultural e social está bastante presente num processo biológico como este.
O impulso da fome é um mecanismo fisiológico.  Quando temos fome, o nosso corpo responde nos com dores no estomago, contraçoes, e isso leva-nos a comer, no entanto, nos seres humanos, este impulso está associado a uma aprendizagem ( o que comemos, quando comemos e como comemos, ultrapassa as determinações orgânicas) 
Outro bom exemplo é a sexualidade, em que existe a componente biológica e a componente social muito interligados


A sexualidade no ser humano tem uma matriz biológica : envolve o sistema endócrino (glândulas sexuais), a hipófise e o hipotálamo.
 No entanto, a influência cultural faz-se sentir de uma forma muito intensa em questões como: diferentes manifestações do impulso sexual, relacionamento sexual antes do casamento, homossexualidade e adultério ...






Necessidade e desejo

 estivemos a analisar o comportamento do funcionamento humano e o funcionamente. da mente relacionando o  com forças impulsionadoras que lhe dão sentido e dinamismo. As necessidades e os desejos são essas forças que orientam o ser humano com vista a um objectivo, a um fim.


Necessidade: 
O nosso corpo traz consigo necessidades, algumas destas são fundamentais para a nossa sobrevivência 
Estas necessidades estão sempre presentes na nossa relação com os outros dada a sua importância vital e a satisfação dessa, pode marcar a forma como pensamos, nomeadamente como vamos construir as
nossas rotinas.

Desejo:


O Desejo relaciona-se com uma aspiração de alguma coisa que nos falta por isso há autoras que o definem pela insatisfação
Estes desejos Implicam um plano de vida de cada um pois, como já referi, é uma fonte impulsionadora que nos leva a agir, a tomar certo comportamentos. O desejpo tem uma dimensão essencialmente psicossocialporque nos somos livres de desejas o que quiseremos , mas os conhecimentos que temos, o contexto em que estamos inseridos , as nossas capacidas, limitam-nos o que desejamos



Diana Leite n.5 12.º A
A mente, sistema de construção do mundo

·         Mente

O que é a mente ?

A mente recolhe informações do ambiente e com elas cria representações.A representação não copia a informação, interpreta-a. A informação em si não possui qualquer significado, e para que a representação possa ser útil, para se compreender qualquer relação entre interior/exterior, entre mente/comportamento, a representação tem de ter significado para a mente.
A mente mais do que tratar informações, vai criando significado. A mente cria o sentido que nós atribuímos ao mundo e à nossa existência e produz cenários e imagens do que ainda não aconteceu (projecta, imagina). A mente é um sistema de construção do mundo.





O pensamento


O que é o pensamento ?

O pensamento não se limita aos raciocínios e aos quadros lógicos que o estruturam, está ligado com as intenções, os significados, as necessidades e os desejos.
O Pensamento é uma mistura de impressões, imagens, representações, recordações, ideias, raciocínios, que podem ser fugazes ou permanentes, vagos ou organizados, conscientes ou não.



Pensamento e Mente, interacção entre ambas …


É com a mente que pensamos , pensar é ter uma mente que funciona e o pensamento exprime o funcionamento total da mente.
O pensamento é uma operação da mente que abrange quase todos os nossos processos mentais. Resumindo, o pensamento envolve todas as actividades mentais associadas com a formação de conceitos, resolução de problemas, a imaginação , a memória, entre outras …




Auto- organização e imaginação

O que é a imaginação ?


A imaginação  permite que o pensamento vá para além dos limites da realidade, esta amplia o pensamento, estabelecendo “pontes” entre experiências vividas e imaginadas.
É pela imaginação que encontramos alternativas para os saberes, para as formas de sentir.
É pela imaginação que é possível antecipar as intenções próprias ou dos outros.






Auto-organização e Mente,  a sua ligação ..



Quando pensamos , mobilizamos características do nosso corpo, mobilizamos conhecimentos, formas de sentir e modos de fazer, mobilizamos necessidades, intenções, desejos e planos para o futuro …
O pensamento organiza todos estes elementos,  diz-se que o pensamento é auto-organizado, isto é organiza-se partindo de um conjunto de elementos interligados, o pensamento cria formas de sentido , cria uma forma de compreensão de si e dos outros, que é organizada , integrada e com sentido pessoal .
A auto-organização é importante para se compreender a forma como os humanos conseguem encontrar significados próprios, actuar a partir de regras que não são determinadas á partida.

Joana Pereira 12ºA N.º26






O papel dos processos mentais na vida quotidiana :


O QUE É A MENTE ?
A mente é um sistema dinâmico de relação entre um ser humano e o seu mundo. Se pararmos para pensar na pergunta: “o que é a mente?”, por mais que a resposta esteja na ponta da língua, não existe uma definição precisa, já que a mente é algo invisível, algo que está no interior de cada um de nós. Cada um de nós vê, sente ou pensa as coisas de forma particular e singular.É importante termos noção, que cada sujeito é composto por dois lados: 
  • um lado interior (mente, de pensamentos, de significados, de emoções…)
  • um lado exterior (comportamentos, atitudes, acções...)

Mas afinal como é que o ser humano dá sentido a si próprio e ao mundo? É a partir da analise do papel desses processos na vida quotidiana que podemos perceber qual é o efeito da cognição, da emoção e da conação na relação com o outro?  
É pelos processos mentais: cognitivos, emocionais e conativos que a mente se efectua. São estes processos que se vão constituindo desde o nascimento de cada um de nós, que estruturam a nossa vida e que permitem conhecer o mundo, relacionar-se com ele e agir sobre a realidade física e social e assim construir a nossa identidade. 
Duas das reacções possiveis

 Para que percebamos melhor o papel e a verdadeira importância  destes processos vejamos 
1º. exemplo:
Imagina a situação:

És um aluno que tiras más notas e chegas ao fim do ano lectivo e não consegues passar de ano, ficas novamente a repetir esse ano.



2ºexemplo:
Estas crianças que observam um telemóvel reflectem a inter-relação entre vários domínios: a percepção, a aprendizagem cognitiva e emocional e a iteração social.
Como conclusão, todos estes processos levam nos a interagir com o mundo defenindo a nossa própria personalidade, a construção do EU PSICOLOGICO, a nossa identidade.


Sónia Talagaia nº23 12ºA







sexta-feira, 30 de maio de 2014

Funçoes da mente



Um bombeiro que consegue pressentir o perigo iminente; um atleta que aprende a realizar vários movimentos complicados através do trabalho mental; um homem que tem a capacidade de memorizar mais de 500 cartas de baralho. O que será que estas pessoas têm de tão especial? Será um dom? Talvez poderes ocultos? Nada disso. A resposta encontra-se na parte mais extraordinária de todos eles e, por extensão, de todos nós: o nosso cérebro, a “máquina” do ser humano. É a partir desta “máquina” que desenvolvemos todas as nossas atividades, e é ela que permite o atividade dos nossos processos cognitivos, emocionais e conativos.


Um dos processos cognitivos é a memória. A memória consiste na retenção e na evocação das informações, dos nossos conhecimentos, de acontecimentos ou experiencias individuais, e é este património que assegura a nossa identidade pessoal. A informação é recebida pelos órgãos dos sentidos, retida em décimas de segundo e de seguida é processada (através dos 3 processos de memória- codificação, armazenamento e recuperação) e, de seguida, tratada.

Não retemos todas as informações que recebemos durante o mesmo tempo. Sendo assim, a memória é classificada quanto à sua duração: a memória a curto prazo (que inclui a memória imediata e a memória de trabalho) e a memória a longo prazo (inclui a memória declarativa e memória não declarativa).

À nossa incapacidade de recordar, de recuperar dados, informações ou experiências, designamos por esquecimento. Existe a tendência para considerar o esquecimento um lado negativo do ser humano, mas não. É porque esquecemos que continuamos a reter informações adquiridas e experiências vividas, o esquecimento é, portanto, essencial, é uma própria condição da memória. O esquecimento tem, assim, uma função seletiva e adaptativa: afasta a informação desnecessária.


Outro dos processos cognitivos fundamental no nosso processo de adaptação ao meio, e também um processo cognitivo que nos torna humanos, é a aprendizagem. Os comportamentos aprendidos são adquiridos no processo de socialização, por exemplo, a forma como andamos, a nossa linguagem, como arrumamos as nossas coisas, etc. Ou, por exemplo, as aprendizagens simbólicas, como cumprimentar alguém, ler ou escrever, porque envolvem a maneira como interpretamos a realidade e como regulamos o nosso comportamento. Já as aprendizagens não-simbólicas são comportamentos que estão diretamente relacionados com os estímulos do meio e que são previsíveis a partir da presença do estímulo.

Existem 4 processos de aprendizagem: aprendizagem não associativa (o individuo aprende as características de um só estímulo o que pode ser, por um lado, por habituação e, por outro lado, por Sensitização); a aprendizagem associativa (uma aprendizagem mais complexa, pois para se aprender é necessário associar estímulos e respostas ou associar diversos estímulos. 
Pode ser por condicionamento clássico ou por condicionamento operante); a aprendizagem por observação e imitação (estudada pelo investigador Albert Bandura, que constatou que a experiência dos outros pode conduzir à aquisição de novos comportamentos, que são assim adquiridos a partir da observação e imitação de um modelo); e a aprendizagem com recurso a símbolos e representações (existem esquemas cognitivos prévios que não permitem enquadrar as novas aquisições).             João Braga,nº18                          

segunda-feira, 26 de maio de 2014

A presença da conação no meio escolar


 
Questão: Qual o motivo por que os estudantes tiram notas tão díspares uns dos outros?

Uma resposta possível terá por base as suas capacidades intelectuais, mas, então, como seria possível explicar que alunos comprovadamente sobredotados fossem superados por alunos ditos normais? A resposta a estas perguntas estará, pois, relacionada com a conação. Mas o que é, afinal, a conação?

A conação é a componente subjetiva por detrás das ações humanas e pode ser dividida em três domínios: esforço de realização, intencionalidade e tendência (ou impulso).

Assim sendo, o motivo por que há tanta disparidade ao nível dos resultados dos alunos no meio escolar prende-se com o esforço de realização, isto é, as ações que os mesmos fazem para que possam satisfazer as suas necessidades de realização pessoal, isto é, manifestarem todo o seu potencial.

Na mesma linha de ideias, o motivo por que os alunos sobredotados são superados pelos restantes, em certos casos, prende-se com a falta de esforço de realização que os mesmos realizam, derivado de conseguirem destacar-se face ao grosso da população com relativa facilidade. Tal leva a que fiquem convencidos e percam a motivação para se empenharem.
Não se pense, todavia, que só a componente da conação esforço de realização se encontra presente no meio escolar.

Sempre que um aluno levanta o dedo para participar, estamos na presença de um processo cognitivo, do domínio da intencionalidade, dado que:

1.    O aluno pretende participar e, por essa razão, levanta o dedo e espera a sua vez de participar, sendo essa a única ação por ele realizada;

2.    O aluno só levanta o dedo porque pretende participar, caso contrário não o faz;

 
Do mesmo modo, sempre que, após um resultado negativo, o aluno estuda com mais afinco de modo a recuperar estamos na presença não só de esforço de realização mas também quer de intencionalidade quer de tendência.


 Note-se que:

1)    O aluno efetua um esforço suplementar para que possa satisfazer a sua necessidade de realização pessoal, isto é, para que possa expor todo o seu potencial

(Aqui está presente o esforço de realização)

2)    A) O aluno pretende melhorar a sua nota e, por isso, submete-se a um esforço extra, sendo essa a única ação por ele realizada;

B) O aluno só se submete a esse esforço extra porque pretende melhorar a sua nota, caso contrário não o faz;

(Aqui está presente a intencionalidade)

3)    Após um mau teste, o aluno fica com uma necessidade por satisfazer, a necessidade de realização pessoal, o que leva a que tenha uma tendência para a suprir, sendo que é por esse motivo que estuda com mais afinco, de modo a que melhore no teste seguinte;

( Aqui está presente a tendência explicada com base no ciclo motivacional)

Em suma, a conação, nos seus diversos domínios, encontra-se muito presente no meio escolar, assumindo nele um papel preponderante.
João Pacheco nº15 12ºA

 

 

 

 

sábado, 24 de maio de 2014

Perceção


perceção é a atribuição de significado a estímulos sensoriais. Os estímulos sensoriais são tudo aquilo que pode provocar uma reação num órgão sensorial (são eles a língua, os olhos, a pele, os ouvidos e o nariz) como por exemplo um som ou até um cheiro. Quando captados pelos órgãos sensoriais, os estímulos são transformados em impulsos nervosos que por sua vez são encaminhados até ao cérebro. A interpretacão feita pelo cérebro desse mesmo estímulo é a perceção.

A verdade é que há inúmeros estímulos à nossa volta... Nós não os captamos a todos. É aí que entra a atenção seletiva. A atenção seletiva é a capacidade que nos permite selecionar os estímulos do nosso interesse, ignorando os restantes. O  nosso cérebro funciona como um foco de luz, direcionando a atenção para o que nos convém.

O esquema seguinte traduz o processo da perceção, desde a captação do estímulo até à sua interpretação:

Fig.1) Processo da perceção
    

Existem vários tipos de perceção associadas aos nossos sentidos, mas a mais estudada, e talvez das mais importantes, é a perceção visual. Aliás, há uma palavra alemã, Gestalt, (cujo significado é configuração/forma) que dá nome ao estudo da perceção visual, também conhecido como a psicologia da forma.

Um dos princípios da psicologia da forma diz-nos que "o todo é mais que a soma das partes".
Porque é que, para a Gestalt, o todo é mais que a soma das partes?

O todo é mais que a soma das partes, pois entre as partes há uma relação estabelecida. Quando olhamos para uma imagem, não percecionamos as partes isoladas, mas sim percecionamo-la como um todo.
Um exemplo simples deste princípio pode ser dado através da água e dos seus componentes. Se um indivíduo tiver sede e apenas tiver hidrogénio e oxigénio separadamente (componentes da água), não conseguirá satisfazer as suas necessidades. Se o sujeito engolir o hidrogénio e o oxigénio certamente continuará com sede e terá efeitos inesperados. A água não é só a soma do hidrogénio e do oxigénio, mas sim a soma do hidrogénio com o oxigénio e a relação entre eles.

O mesmo acontece com a seguinte imagem:

Fig.2) Relação figura-fundo
Na imagem, conseguimos ver uma taça (a branco) ou duas caras (a preto). Tudo depende de como interpretamos as relações existentes na imagem. Se definirmos o fundo como a parte preta, a figura será a taça. Se definirmos o fundo como a parte branca, a figura será as duas caras. Concluímos então que, se não for estabelecida uma relação entre os componentes da imagem (ou seja, definir o que é a imagem e o que é o fundo), a sua interpretação é impossível. Admitimos assim que que o todo é mais que a soma das partes, visto que a relação entre os componentes da figura é tão importante como as partes que a constitui.

Além disso, a Gestalt estuda a maneira como percecionamos um objeto. As pessoas percebem os objetos como se eles tivessem sempre o mesmo tamanho, forma e cor, apesar das grandes mudanças dos dados sensoriais. Chama-se a tal constância percetiva.

A constância de tamanho refere-se à tendência a perceber os objetos como se eles tivessem um tamanho constante, apesar de os vermos mais pequenos a maiores distâncias.

A constância de forma faz com que reconheçamos o formato de objetos conhecidos, apesar do ângulo de visão. Quando vemos uma porta inclinada, a forma que observamos é um trapézio, mas mesmo assim interpretamo-la como sendo retangular.


A constância de cor e brilho admite que mesmo que a luz incidente no objeto não seja a luz natural, percecionamos que ele apresenta a a sua cor original, apesar de o vermos com uma diferente cor.

A percepção visual está diariamente presente na nossa vida. Mesmo assim, todos os nossos sentidos são importantes para a nossa sobrevivência e para a nossa vivência do mundo. O estudo da perceção é de essencial relevância para que possamos entender melhor a maneira como vemos e como percecionamos a realidade que nos rodeia.

“Vejo o mundo como eu sou e não como ele é.” 
                                                            Paul Eluard


Catarina Marques, nº 4