quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Análise do filme: “Voando sobre um ninho de cucos” do ponto de vista da psicologia



Ignorando completamente quais os atores que participaram na construção do filme e qual o seu realizador, gostaria de realçar uma série de matérias do domínio da psicologia presentes no filme:

1.     Podemos verificar, aquando da chegada de R.P.McMurphy ao hospício, de forma a escapar à cadeia e do falso surdo-mudo chefe índio, a neotenia humana a funcionar, dado que, não sendo insanos mentalmente, quer o preso quer o chefe índio são capazes de se adaptar a um ambiente rodeado de loucos, isto é, os seus organismos conseguem adaptar-se a uma alteração do meio, não perdendo a sanidade mental, como se verifica no episódio do passeio de barco, no caso do preso e na eutanásia dada ao mesmo, seguida de fuga, por parte do índio.

2.     Podemos verificar, pelos comportamentos das personagens loucas que, no caso em questão, os genes assumem uma maior importância sobre o meio, dado que, apesar de disporem de acompanhamento adequado, as personagens destoam da população em geral.

3.     Podemos verificar também que, no hospício em questão, reina um regime de obediência e de conformismo, em que são toldadas todas as liberdades aos pacientes dos mesmos, sendo que, no meu ver, os choques nada mais são que formas de oprimir a recuperação dos pacientes.

4.     Podemos estabelecer um paralelismo entre a experiência de Pavlov e o filme, na medida em que, tal como o cão, ao fim de ter ouvido inúmeras vezes a sineta e recebido comida, se babava sem comer, também os pacientes, depois dos inúmeros choques apanhados, se disponibilizam a contar todos os detalhes da sua vida e a respeitar todas as indicações, por medo de serem castigados.

5.     Temos presente, também, a prematuridade humana, na medida em que, não estando o cérebro dos pacientes completamente desenvolvido, eles optam por, apesar das condições humilhantes, permanecerem na clínica em vez de enfrentarem a vida real.

6.     Verificámos, com agrado que, no final do filme se realiza, como castigo pela sua irreverência, a McMurphy, uma lobotomia, da autoria de Egas Moniz, português que venceu o prémio Nobel da medicina, a qual o leva ao estado vegetal.


 7.     De realçar por fim que, não sendo os pacientes da clínica capazes de raciocinar, coordenar movimentos e, no caso de Billy, de falar corretamente, a área afetada serão os lobos frontais e, devido a outras incapacidades ainda mais básicas, os lobos pré-frontais, os mais importantes no ser humano.




















João Pacheco nº17 12ºA

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