O cérebro é o órgão mais espantoso que ser humano possui e,
embora haja muita coisa que ainda constitui um imenso mistério na área da
neurologia, por outro lado já nos é possível dar a conhecer muitas das suas
funções, nomeadamente a função vicariante.
Existem áreas especializadas no
cérebro com determinadas funções contudo, certas competências e capacidades
dependem do funcionamento integrado de várias áreas cerebrais. Podemos, portanto, constatar que o cérebro funciona como um todo, como uma rede funcional, e é
precisamente isso que permite a função vicariante.
O que é a função vicariante?
A função vicariante é a capacidade de recuperar total ou
parcialmente as capacidades perdidas devido a uma lesão cerebral.
Embora o
tecido nervoso do córtex cerebral não se regenere, é possível recuperar as
capacidades perdidas pelas áreas adjacentes da área lesionada através da reorganização
espontânea do tecido nervoso e com desenvolvimento de novas conexões que se baseiam na substituição funcional. Isto é, cada área do
nosso cérebro possui neurónios específicos para determinada função, quando é
danificada determinada área, os neurónios dessa mesma área morrem. Contudo, os
neurónios das áreas vizinhas podem substituir os neurónios perdidos estabelecendo
uma nova organização do tecido nervoso, pois os neurónios conseguem adquirir e
desempenhar outras funções que não as pré-definidas, por ventura podem não conseguir
desempenha-las a 100% devido ao facto de não estarem predestinados àquela área
cerebral.
Logicamente, dependendo da gravidade das lesões estas podem
nem sempre ser reversíveis, dependendo também da área e da capacidade que é afetada.
Um exemplo da função vicariante é quando se retira um
hemisfério cerebral a um paciente com epilepsia devido a esta não ser possível de
controlar através de medicamentos. Isto é possível porque após retirar um dos
hemisférios, o outro hemisfério desempenha as funções do que foi retirado. É claro
que quanto mais novo for o paciente, maiores são os seus progressos durante a recuperação, sendo mais aconselhável em crianças.
Joana Madureira, nº 13
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