quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O que é necessário para que haja dinamismo cultural?


 

 
 
1.    O fator mais elementar é a existência de um regime que tolere liberdades individuais, como a liberdade de expressão. De notar que destes regimes se excluem ditaduras ou outros quaisquer regimes de repressão;

 
2.    Outro fator a considerar é a existência de condições atrativas num dado local, de modo a atrair pessoas oriundas de outro país para o local em questão, vulgo emigrantes, ou até mesmo pessoas oriundas de outras partes do país, que tragam consigo outros costumes;
3.    Depois de reunidas as condições para que haja miscigenação, falta proceder à concretização do processo de aculturação, segundo o qual as pessoas oriundas dos diversos cantos do mundo conseguem arranjar um espaço onde possam partilhar costumes, reproduzirem-se entre si, tudo isto num espírito de tolerância e de convivência.
 
(NOTA 1: Apesar de o ser humano estar habituado á gregariedade, isto é, a vivência em sociedade, este processo continua a ser muito complicado)
 
(Nota 2: Também a cultura evolui continuamente dentro de uma dada população, sem interferência de outras, sendo todavia que esta evolução, salvo a ocorrência de uma catástrofe natural, ocorre a um ritmo quase impercetível)
 João Pacheco nº17 12ºA
 
 
 
 
 

 

 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A Função Vicariante do Cérebro


O cérebro é o órgão mais espantoso que ser humano possui e, embora haja muita coisa que ainda constitui um imenso mistério na área da neurologia, por outro lado já nos é possível dar a conhecer muitas das suas funções, nomeadamente a função vicariante.

 Existem áreas especializadas no cérebro com determinadas funções contudo, certas competências e capacidades dependem do funcionamento integrado de várias áreas cerebrais. Podemos, portanto, constatar que o cérebro funciona como um todo, como uma rede funcional, e é precisamente isso que permite a função vicariante.

O que é a função vicariante?

A função vicariante é a capacidade de recuperar total ou parcialmente as capacidades perdidas devido a uma lesão cerebral. 

Embora o tecido nervoso do córtex cerebral não se regenere, é possível recuperar as capacidades perdidas pelas áreas adjacentes da área lesionada através da reorganização espontânea do tecido nervoso e com desenvolvimento de novas conexões que se baseiam na substituição funcional. Isto é, cada área do nosso cérebro possui neurónios específicos para determinada função, quando é danificada determinada área, os neurónios dessa mesma área morrem. Contudo, os neurónios das áreas vizinhas podem substituir os neurónios perdidos estabelecendo uma nova organização do tecido nervoso, pois os neurónios conseguem adquirir e desempenhar outras funções que não as pré-definidas, por ventura podem não conseguir desempenha-las a 100% devido ao facto de não estarem predestinados àquela área cerebral.

Logicamente, dependendo da gravidade das lesões estas podem nem sempre ser reversíveis, dependendo também da área e da capacidade que é afetada.


Um exemplo da função vicariante é quando se retira um hemisfério cerebral a um paciente com epilepsia devido a esta não ser possível de controlar através de medicamentos. Isto é possível porque após retirar um dos hemisférios, o outro hemisfério desempenha as funções do que foi retirado. É claro que quanto mais novo for o paciente, maiores são os seus progressos durante a recuperação, sendo mais aconselhável em crianças.





                                                                                                                               Joana Madureira, nº 13

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

“O todo é mais que a soma das partes”


 À primeira vista, esta frase parece não ter qualquer sentido, dado que, aplicando propriedades matemáticas extremamente simples, nomeadamente a soma, podemos concluir que se A, B e C são componentes de X, X será igual à soma dos seus componentes, isto é, X=A+B+C ao invés de X>A+B+C.

                    A+B+C<X    

É de notar, todavia, que, como é muitas vezes referido, o cérebro humano é um órgão extremamente complexo, pelo que esta regra não se aplica, sendo substituída pelo princípio das propriedades emergentes, o qual dita que, ao juntarmos diversos componentes, eles reagirão entre si de forma diferente à que reagiriam quando em separado.

Exemplos muito simples do complexo princípio apresentado são o de moléculas como o H2O ou o CO2, em que, por mais propriedades que conheçamos dos átomos seus constituintes, não podemos prever com exatidão qual será o comportamento da água ou do dióxido de carbono face às diversas situações, só com base no conhecimento dos átomos individualizados, isto é, não podemos afirmar que a água é somente a soma de dois hidrogénios e de um oxigénio, como não podemos afirmar que o dióxido de carbono é somente a soma de dois carbonos e de um oxigénio, assim como não podemos afirmar que o cérebro é somente a soma das áreas frontais, com as áreas parietais, com as áreas occipitais, com as áreas temporais, com as áreas pré-frontais (já com estruturas como a área de Broca e o complexo de Wernicke incluídas), isto é, o todo (cérebro) é mais que a soma das partes (áreas anteriormente referidas).









João Pacheco nº17 12ºA

 

 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Cérebro Humano


        De entre todos os órgãos destaca-se o cérebro pelo conjunto de funções que domina e coordena, uma vez que é considerado o órgão mais complexo do universo.
        A título de curiosidade, o cérebro possui 160.000 quilômetros de veias sanguíneas, isso é o suficiente para dar a volta à Terra quatro vezes.  Além disso, possui 100 bilhões de neurônios, as células conhecidas como a massa cinzenta que processa a informação. Para ir mais além se o cérebro fosse um HD de computador, teria 4 TB de informação.
     
Hemisférios cerebrais:

O ser humano apresenta um cérebro dividido em dois hemisférios separados por uma fissura longitudinal e ligados por um sistema de fibras nervosas chamado corpo caloso.
  • Hemisfério Direito: é responsável pelo pensamento simbólico e criatividade, formação de imagens, perceção das formas, das cores, das tonalidades afetivas e do pensamento concreto.
  • Hemisfério Esquerdo: hemisfério dominante em 98% dos humanos e é responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa, linguagem verbal, pelo discurso, pelo cálculo e pela memória.( O recorde de memorização é de Ben Pridmore. Memorizou a sequência de um baralho de cartas inteiro em 26 segundos ) vídeo.
É importante referir o EFEITO CONTRALATERAL: O hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo. O hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo, uma vez que os feixes nervosos que conduzem as instruções até aos músculos cruzam-se no percurso.

 
Lobos cerebrais :


  • Lobo occipital (estímulos visuais) :
              Área visual primária : processa dados como a cor a distancia etc.
                                                
               Lesão : cegueira cortical ( perda da visão)
                          
               Área visual secundária : Reconhecimento e identificação dos objetos.
                                               
               Lesão: Agnosia visual ( não reconhece o que vê ) exemplo

  • Lobo Temporal (estímulos auditivos):
               Área auditiva primária: Reconhecimento dos sons

               Lesão : Surdez cortical (perda da audição )

               Área auditiva secundária: os sons são interpretados
       
               Lesão: Agnosia auditiva ( não reconhece o que ouve ).

É nesta zona que se situa a área de Wernicke, que tem um importante papel na produção do discurso e na compreensão do que os outros dizem , uma lesão nesta área é denominada afasia ( discurso não articulado) ( história do filme " Nell " de 1994).

  • Lobo parietal (sensações da pele):
               Área somato-sensorial: sensações da temperatura, da dor, do tato (...)

               Lesão: anestesia cortical (perda da sensibilidade tátil, térmica e álgica ) ( exemplo de dois irmãos que não sentem dor )

               Área secundária : Reconhece os objetos através do tato por exemplo

               Lesão: Agnosia sensorial (não reconhece o que sente )

  • Lobo frontal ( corresponde a cerca de 1/3 do volume total do cérebro, muitos autores consideram a "sede da humanidade " )

               Área frontal primaria : movimento do corpo
            
               Lesão: Paralisia cortical ( perda da motricidade dos movimentos finos )

              Área frontal secundaria: coordenação movimentos

              Lesão: Apraxia ( a ação deixa de ser controlada pela vontade )  exemplo



Sónia Talagaia nº23 12ºA 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Análise do filme: “Voando sobre um ninho de cucos” do ponto de vista da psicologia



Ignorando completamente quais os atores que participaram na construção do filme e qual o seu realizador, gostaria de realçar uma série de matérias do domínio da psicologia presentes no filme:

1.     Podemos verificar, aquando da chegada de R.P.McMurphy ao hospício, de forma a escapar à cadeia e do falso surdo-mudo chefe índio, a neotenia humana a funcionar, dado que, não sendo insanos mentalmente, quer o preso quer o chefe índio são capazes de se adaptar a um ambiente rodeado de loucos, isto é, os seus organismos conseguem adaptar-se a uma alteração do meio, não perdendo a sanidade mental, como se verifica no episódio do passeio de barco, no caso do preso e na eutanásia dada ao mesmo, seguida de fuga, por parte do índio.

2.     Podemos verificar, pelos comportamentos das personagens loucas que, no caso em questão, os genes assumem uma maior importância sobre o meio, dado que, apesar de disporem de acompanhamento adequado, as personagens destoam da população em geral.

3.     Podemos verificar também que, no hospício em questão, reina um regime de obediência e de conformismo, em que são toldadas todas as liberdades aos pacientes dos mesmos, sendo que, no meu ver, os choques nada mais são que formas de oprimir a recuperação dos pacientes.

4.     Podemos estabelecer um paralelismo entre a experiência de Pavlov e o filme, na medida em que, tal como o cão, ao fim de ter ouvido inúmeras vezes a sineta e recebido comida, se babava sem comer, também os pacientes, depois dos inúmeros choques apanhados, se disponibilizam a contar todos os detalhes da sua vida e a respeitar todas as indicações, por medo de serem castigados.

5.     Temos presente, também, a prematuridade humana, na medida em que, não estando o cérebro dos pacientes completamente desenvolvido, eles optam por, apesar das condições humilhantes, permanecerem na clínica em vez de enfrentarem a vida real.

6.     Verificámos, com agrado que, no final do filme se realiza, como castigo pela sua irreverência, a McMurphy, uma lobotomia, da autoria de Egas Moniz, português que venceu o prémio Nobel da medicina, a qual o leva ao estado vegetal.


 7.     De realçar por fim que, não sendo os pacientes da clínica capazes de raciocinar, coordenar movimentos e, no caso de Billy, de falar corretamente, a área afetada serão os lobos frontais e, devido a outras incapacidades ainda mais básicas, os lobos pré-frontais, os mais importantes no ser humano.




















João Pacheco nº17 12ºA